Por que os anos 90 foram a Era de Ouro do futebol de Pernambuco?

Durante a década de 1990, uma era de destaque para o futebol pernambucano foi marcada pelo surgimento de vários jogadores oriundos de clubes locais que alcançaram a Seleção Brasileira. O zagueiro Adriano (1995), os meio-campistas Chiquinho (1996) e Jackson (1998), juntamente com o goleiro Bosco (1999), todos do Sport, representaram o Estado na Seleção.

A supremacia do Leão em Pernambuco se refletia nas frequentes convocações para vestir a camisa verde e amarela, tornando essas convocações tão habituais para os torcedores recifenses que se tornaram comuns.

Essa geração deixou saudades, especialmente para os torcedores rubro-negros, e os ídolos da época são vistos como explicação para a interrupção de um ciclo que estava acostumado com a presença constante de jogadores pernambucanos na Seleção. Chiquinho e Adriano apontam a falta de investimento na base do futebol estadual como uma das razões para essa lacuna.

Entrevista com os craques

O zagueiro Adriano, que vestiu a camisa do Brasil desde a Seleção Sub-20, iniciou uma safra produtiva na Ilha do Retiro. Capitão tanto no Sport quanto na Seleção desde a base, sua ascensão à Seleção principal foi fruto de um trabalho consistente.

“A minha geração teve a oportunidade de jogar. Tínhamos uma pressão igual ou maior da torcida, mas jogávamos bem e, sempre pela Primeira Divisão, porque chegávamos pronto. Espero que isso mude a gente possa ver de novo uma geração até melhor que a nossa”

Dos jogadores convocados na década de 1990, apenas o meio-campista Chiquinho e o goleiro Bosco não chegaram a entrar em campo pela Seleção.

Chiquinho, aposentado há dois anos, expressou surpresa ao saber que os clubes pernambucanos passaram uma década sem representantes na Seleção. “Trabalho de base é fundamental e é a longo prazo. No Vitória, os meninos não param o ano inteiro. Acaba o estadual, eles vão para Holanda, Alemanha… têm o passaporte recheado”.