Ex-Sport comeu RESTO de COMIDA LARGADO para saciar fome

O jogador em destaque do Sport recorda uma situação difícil antes de sua ascensão ao futebol profissional: “E quantas vezes, depois do jogo do Vasco, ficava aquele lixo na arquibancada e eu ia buscar comida”. Marlone, um dos principais pilares do sucesso do Sport no Campeonato Brasileiro de 2015, começou sua carreira no futebol profissional vestindo a camisa do Vasco.

Nascido na pacata cidade de Augustinópolis, no Tocantins, Marlone ingressou na equipe profissional do Gigante da Colina em agosto de 2012, sendo considerado um prodígio do futebol brasileiro. No entanto, é equivocado pensar que o meia não enfrentou adversidades antes de realizar seu sonho de se tornar jogador de futebol.

Em uma entrevista ao canal Fox Sports, Marlone relembrou as dificuldades enfrentadas na equipe juvenil do Vasco e fez um tocante desabafo sobre as medidas que tomou para evitar passar fome.

“Eu não me envergonho de contar porque eu vivi na pele. No alojamento do Vasco, quem tinha contrato com a base, tinha café às 7h e almoço ao meio-dia. Mas até a janta era um espaço muito grande e jovem tem bastante fome, né?”.

“Nesse intervalo, quem tinha dinheiro, ia pra fora do estádio e comprava um biscoito, algo pra saciar a fome. Meu pai mandava um dinheiro por mês pra mim, mas não era o ano todo. Até porque eu não pedia, porque eu queria ajudar minha família também. Eu falava ‘não pai, tá tudo bem’, quando na verdade tava mal.”

Palavras muito emocionantes

“Teve um tempo que o Vasco jogava sábado e isso era bom para quem morava na concentração, pois tínhamos algo para nos distrair. Mas no domingo era tenso. Quem era do Rio, ia pra casa dos pais, e ficavam poucas pessoas na concentração.”

“E quantas vezes, depois do jogo do Vasco, ficava aquele lixo na arquibancada e eu ia buscar comida. Biscoito que sobrava, saco de amendoim com formiga, eu comia isso pra saciar a fome. E eu olhava pro campo, chorava e pensava: ‘um dia vou estar ali. Um dia a torcida vai gritar meu nome e eu vou fazer um gol como profissional’. Eu ficava largado na base.”

“E quando os meus colegas dormiam no chão, eu ficava sem sono e desenhava o campo de São Januário, eu marcando gol, eu dando entrevista. E tenho isso até hoje. Graças a Deus, meu sonho se realizou.”